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Educação no Brasil melhora a passos lentos, diz diretor do Banco Mundial

O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, afirmou hoje (28), durante o Seminário Aprendizagem: Realizando o Potencial da Educação, que a educação no Brasil está melhorando, mas em passos lentos, em uma velocidade na qual demorará muito para alcançar o padrão exigido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Mas isso também significa que, se reformas forem implementadas no Brasil, como já foram encaminhadas no ensino, no currículo, na formação, na capacitação dos professores e na gestão das escolas, dá para melhorar muito. Temos o exemplo do município de Sobral, no Ceará, que já atingiu média maior do que a estipulada pela OCDE, ao chegar à nota 6,7. O Brasil já tem experiências que são tão boas quanto a média da OECD, só que tem muitos que estão muito atrás dessa boa prática em que alguns já estão avançando”, acrescentou Raiser.

Segundo Raiser, a situação da educação mundial é um pouco preocupante porque, ao mesmo tempo em que se vê aumento significativo de recursos e alunos entrando na escola, a melhora na aprendizagem desses alunos é muito menor do que a desejada. “Muitos alunos estão indo à escola mas não sabem responder a questões simples e principais. A questão agora tem que ser muito mais voltada ao que está acontecendo dentro da sala de aula para avaliar como transformar gasto em educação em melhora do aprendizado.”

Raiser reforçou que os baixos resultados obtidos na educação no Brasil e em outros países onde os índices também não negativos podem ser atribuídos a vários fatores, entre os quais a própria situação do aluno. “Ele teve acesso a creche? Tem apoio da sua família? Claro que países com renda mais alta tê mais oportunidades para as crianças já entrarem na escola com melhor preparação.”

O diretor do Banco Mundial destacou ainda outro aspecto influenciador dentro da sala de aula. “O professor está bem formado, capacitado? Recebe os insumos necessários para ter um bom desempenho? Ele tem incentivos? É preciso avaliar se o mal professor recebe orientação ou continua fazendo um trabalho inferior”, questionou.

O terceiro ponto colocado por Raiser é a gestão e a necessidade de a escola ter um bom diretor, avaliando se o gestor recebe o apoio adequado e capacitação. “Tudo isso tem a mais a ver com boas práticas de gestão do que com só com recursos”, disse.

Com informações da EBC – Agência Brasil

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